A participação das pessoas maiores, em contexto institucional, é sempre uma prática a favor da não- violência.
Participação tem sempre a ver com expressão, comunicação, cidadania, direito, integração e inclusão. Assim, promover a participação das pessoas maiores em contexto institucional é, dar voz e dar vez, à expressão, à comunicação, fomentar a integração e a inclusão, é dar significado ao direito de participar. É permitir que se tenha consciência de si e do outro, das vivências, da possibilidade de liberdade de escolha e da liberdade de poder tomar decisões. Participação implica também envolvimento e compromisso – alicerces fundamentais para que, qualquer um de nós, tenha o sentimento de pertença à comunidade onde nos inserimos.
A ausência de participação ou a participação camuflada, a que finge ser, em contexto institucional, resulta num ciclo de violência que pode ser alter ou auto-exercida. Participar não é apenas dar opinião, é acima de tudo ter acesso à informação descodificada, decidir por opção, é ser autónomo e não apenas mais um/a utente/ cliente, que tem de se “carregar”, mais uma higiene, um gasto, uma quantidade de fraldas e medicamentos, uma comparticipação… Participar é extraordinariamente importante. É pertencer, exprimir-se, estar incluso, é viver em e com qualidade. Assim, sempre que uma pessoa maior, a viver em instituição, esteja em situação de dependência ou não e, não haja nada que judicialmente afirme a sua incapacidade, existe sempre o primado da vontade própria, tendo o direito de decidir sobre a sua própria vida em todos os aspectos, assumindo a responsabilidade das suas escolhas e opções.
A participação das pessoas maiores a residir em instituição, diminui substancialmente os custos com a saúde, disponibiliza os técnicos para outras tarefas necessárias, já que não são chamados a actuar tantas vezes em situação de crise, há um aumento significativo da segurança dos utentes/clientes, quer a nível próprio, mas também dos outros que podem ser “cuidados” numa atitude solidária, e de entreajuda., principalmente das pessoas mais dependentes e podem ajudar bastante na prevenção do mau-trato.
As mais valias da participação dos utentes/clientes são inúmeras e, além das referidas, consideram-se também substancialmente importantes, o ar leve, fluído e claro, que se respira e vive, originado pela satisfação e pelo prazer de poder Ser.
Regina Lourenço
Assistente Social - Academia de Empreendedorismo em Serviço Social
Supervisão Profissional em Serviço Social na área do Envelhecimento e Empoderamento Profissional
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