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Maedra

Estás aqui para enraizar o teu Propósito!

Atualizado: 17 de ago. de 2023

Quando acabei a minha licenciatura comecei a trabalhar num centro social paroquial, cuja direcção me recomendou não trabalhar com uma utente porque se prostituía. Claro que desobedeci e fiz o meu trabalho.

Quando mais tarde em outro centro social me proibiram de trabalhar com um utente alcoólico, porque a instituição não podia perder tempo, claro que desobedeci e fiz o meu trabalho

Quando a trabalhar num lar estatal uma colega me disse que não podia acolher por uma noite, uma funcionária que tinha ficado desalojada, desbedeci e fiz o meu trabalho

Quando através de ameaças veladas, foi feita a proibição de que não podia denunciar as situações de mau trato a pessoas maiores, com a conivência de direcções, claro que desobedeci e fiz o meu trabalho.

Quando recebi orientações superiores para espiar os rendimentos da população e suas famílias a residir em lar, desobedeci e fiz o meu trabalho.

Quando a proibicão dissimulada de não informar utentes e famílias sobre o livro de reclamações ou sobre a lei das comparticipações em lar, claro que desobedeci e fiz o meu trabalho.

E quando quiseram obrigar-me a informar sobre situações sujeitas a sigilo propfissional, claro que desobedeci e fiz o meu trabalho.

Se foi caro? Não foi barato!

Mas caro, seria desbedecer a mim própria, aos meus valores éticos e aos da profissão. Caro, seria ter caros gastos económicos e de tempo, para fazer uma licenciatura de 5 anos e depois fazer tudo ao contrário do que me tinha sido ensinado. Caro, seria trair-me a mim própria. Caro, seria o que ensinaria aos meus filhos e netos. Caro, seria não cumprir o meu propósito! Caro, seria não ser eu a gerir a minha carreira profissional e caro seria não fazer o que amo e não o fazer da forma como sei que deve ser feita. Caro, seria ficar presa a um vinculo institucional cujo caminho é o medo, o assédio, a ameaça, o jogo, a divisão, a obrigação de fazer ao lado, de assobiar para o lado, de deixar de ser agente de mudança para ser um nó entre o administrador e o administrativo, entre o que sou e o que quero ser, entre o que faço e o que quero fazer.

Caro, seria perder-me e ver a vida a passar ao largo.


Quando se tira um curso é para cumprir o sonho de - o que quero ser/fazer quando for grande! Se o sonho é individual, é para ser realizado sem interferências de terceiros. Se é um sonho, quando realizado torna-se um propósito. Logo, tem de ser enraizado. E se o propósito for fazer Serviço Social, então tem de ser enraizado com muito Respeito, Dignidade, Honestidade, Coragem, Justiça. Igualdade, Integridade para com cada um próprio em primeiro lugar e depois, para com o Outro, alicerçado nos fundamentos, objectivos e pressupostos desta profissão.

Estamos aqui para sermos felizes e para isso, é preciso saltar montanhas, dar um passo de gigante na Fé e na Vida de cada um e fundamentalmente termos a coragem de olhar em frente e, se tivermos medo, então, que o nosso medo nos acompanhe e com ele, enraizar o nosso Propósito de Vida pessoal e profissional.

Atreve-te!


Regina Lourenço

Assistente Social - Academia de Empreendedorismo em Serviço Social

Supervisão Profissional em Serviço Social na àrea do Envelhecimento e Empoderamento Profissional











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